Planejamento x Organização e por onde começar

Há uns dias fiz uma enquete no Instagram perguntando o que as pessoas gostariam que eu falasse sobre planejamento e organização. As respostas foram: como começar e qual a diferença entre um e outro. Além disso, me pediram pra falar sobre o sistema GTD (Getting Things Done). Eu ainda estou implementando esse sistema e não me sinto ainda muito habilitada para falar sobre ele, mas já vejo melhorias na vida de modo geral após começar a usá-lo. A minha referência sobre ele é a Thais Godinho, do blog Vida Organizada.

O que é o que

Planejamento e organização são duas coisas diferentes e é sobre isso que falaremos neste post.

Planejar é fazer previsão, é decidir o que fazer, quando e como fazer. É estabelecer objetivos e definir as estratégias para alcançá-los.

Organizar é colocar cada coisa em seu lugar. Num exemplo bem simplório, é colocar a roupa limpa no guarda-roupas e a roupa suja dentro da máquina de lavar. Quando tudo está organizado, sabemos dizer com precisão onde está algum documento, informação. Tudo que se precisa é facilmente recuperável por qualquer pessoa.

Entender essa diferença me proporcionou uma clareza de raciocínio impressionante.

Organizando informação

Todas as informações que chegam a nós precisa ser processada e organizada de maneira a facilitar o acesso a elas sempre que necessário.

Se a informação que você recebeu tem dia e hora pra específicos, ela vai para seu calendário.

Se é uma ação que precisa ser feita assim que possível, vai para a lista de tarefas, próximas ações, to do list. Não importa como você nomeia a sua lista, importa que nela estejam ações da mesma natureza, por exemplo: coisas a fazer na rua; a fazer em casa; assuntos a tratar no trabalho; on line e assim por diante.

Tá, mas por onde começar?

Comece escrevendo numa folha de papel tudo aquilo que você tem/ gostaria de fazer, tudo aquilo que chamar sua atenção. Um curso, um quadro novo pra sala, um passeio… Depois visualize defina a primeira ação que tornará em realidade esse seu desejo de fazer algo. Reflita sobre as condições necessárias, sobre os recursos que a tarefa exige e sobre quando você gostaria de realizá-la. Provavelmente, muita coisa ficará pra depois e você terá que criar uma lista que o GTD chama de um dia/ talvez.

Eu sei que esse post fala muito sobre o GTD, apesar de eu ter tido lá em cima que não me sinto apta a falar sobre ele. Acontece que eu não consigo mais desvencilhar planejamento/organização do sistema, pois foi ele que me proporcionou essa clareza de raciocínio e as orientações necessárias para colocar a vida nos trilhos. Além disso, é a experiência que tenho para compartilhar.

Bullet journal por uma vida mais intencional

Meu primeiro bullet journal acabou. Quer dizer, o segundo, pois o primeiro foi relegado ao esquecimento, já que em 2016 eu ainda não sabia usá-lo e não tive comprometimento suficiente comigo e com ele para manter o hábito de registrar meus dias. Na verdade, acho que não havia compreendido muito bem o propósito dele.

Mais do que uma ferramenta de planejamento e organização, o bullet journal é um registro dos nossos dias ao qual podemos recorrer sempre que necessário. É também uma maneira muito eficaz de autoconhecimento. Através dele identificamos padrões de comportamentos que, possivelmente, nem perceberíamos se não estivessem escritos.

Inúmeras foram as vezes que recorri a essa ferramenta a fim de resgatar, de modo rápido, alguma informação importante e/ou urgente. Mas, mais significativo do que um registro de dados, o bullet é uma memória. Daquele dia incrível, daquele dia nem tão maravilhoso assim, daquele dia terrível que achávamos que não acabaria jamais. Ele sempre me arranca um sorrisinho de canto de boca toda vez que o folheio. Passear por suas páginas e contemplá-las despretensiosamente tem sido uma agradável atividade.

Como instrumento de autoconhecimento, o bullet journal pode ser ainda mais útil. Ao final dos três primeiros meses de uso, percebi que minha vida estava num rumo apenas reativo, ou seja, tudo que acontecia na minha vida era apenas resultado da minha reação às demandas que surgiam. Pouquíssimo era planejado, pensado, desejado. Foi um momento bastante desagradável, ainda que necessário e transformador. A partir dessa reflexão proposta pelos dados fornecidos pelo bullet journal, comecei a delinear uma vida intencional que caminha em direção à plenitude.

Qualquer método, sistema, ferramenta de planejamento e organização que nos propomos a usar vem acompanhado de um momento de reflexão que é crucial para nosso desenvolvimento enquanto indivíduos. Estou mais consciente de quem sou eu, do que me motiva e do que me freia. Depois de 6 meses de uso, posso dizer que o bullet journal se tornou meu amigo, confidente e, principalmente, meu espelho.