Lembranças da minha infância

infânciaHoje, 12 de Outubro, comemoramos o Dia das Crianças. Pra não deixar a data passar em branco, resolvi compartilhar as lembranças da minha infância. De maneira não linear, por motivos de: a memória não é linear.

As lembranças mais remotas

Na sala do nossa primeira casa, mãe assistindo TV e eu apenas sentada ao lado dela, observando-a. Na verdade, essa casa foi a segunda, mas eu não lembro da primeira.

Lembro, remotamente, da minha festa de aniversário de 4 anos. Tinha uns bichinhos colados no lençol que minha mãe e minhas irmãs usaram como painel pra mesa do bolo.

Eu tinha um preazinho, pequenino toda vida, de pelo muito branquinho. Ele morava dentro de um caixote de feira. Num certo dia, acordei e o preá estava morto. Meu pai prometeu me dar outro. Estou esperando até hoje.

Minha mãe

Sempre tive um vínculo muito grande com minha mãe. Eu não lembro de nenhum momento da minha vida em que minha ela não tivesse uma participação significativa. Uma vez ela viajou com um grupo da igreja, pra participar de um congresso de mulheres. Eu fiquei com meu pai. Tive altas febres que só passaram quando minha mãe retornou.

Eu era a companheira de andanças dela. Pra todo lado que a velhinha ia, lá estava eu agarrada na barra de seu vestido.

Período escolar

Eu fiz o CA num dos colégios mais bacanas da região. Não queria ter saído de lá. Mas minha mãe trabalhava numa escola municipal e provavelmente foi mais conveniente eu estudar no mesmo local onde mãe trabalhava.

Era nesse colégio que minhas sobrinhas estudavam. Minha sobrinhaFernanda foi da mesma turma que eu até a quarta-série do primário. Equivalente ao 5º ano do ensino fundamental hoje.

Elas eram minhas únicas amigas da escola. Só depois que cada uma foi pra um colégio fazer o ginásio (hoje, o 6º ano) que tive uma amiga de turma. A Kétilen, amiga até hoje. Mora aqui pertinho de mim.

Minha mãe era merendeira e só comíamos quando tínhamos certeza que ela havia preparado a comida.

Convivência familiar

Eu tenho um monte de irmãos, mas todos muito mais velhos. A mais nova tem 14 anos a mais que eu. E na minha casa morávamos apenas eu, mãe e pai. Isso gerou um afastamento entre eu e meus irmãos e uma falta de identificação muito grande com eles. Hoje, a diferença de idade nem parece tanta. São meu socorro.

Eu sempre estava junto com meus sobrinhos. Nossas idades eram muito próximas. Vivíamos brigando mas 5 minutos depois, já estávamos de bem de novo. Hoje, a gente continua brigando à toa, mas agora é pelo grupo do WhatsApp que a gente bate boca. Atualidades.

Eu e minhas sobrinhas brincávamos de escolinha, até cobrávamos mensalidade. Uma loucura. Promovíamos altas festas para nossas bonecas. Com direito a comida de verdade e tudo.

A gente carimbava papéis, recortávamos a imagem e depois saíamos à rua pra vendê-las. Acreditam nisso? Nós tínhamos uma clientela cativa: os pinguços da barraca. Sempre compravam e às vezes devolviam o recorte de papel pra continuarmos vendendo.

Algumas lembranças aleatórias

  • Meu pai jogando minha chupeta no terreno baldio, onde morava um gambá comedor de criancinhas.
  • A briga entre eu e minha amiga Renata, no bequinho voltando da escola. Foi minha madrinha de casamento.
  • Minha sobrinha Marcelle não comia direito e sempre que eu dava comida a ela, era uma loucura. Ela queria beber o suco todo antes de terminar a refeição e eu não deixava. Ela se casará daqui a 12 dias. Serei madrinha.
  • Eu caindo dentro de um valão porque não obedeci minha mãe.
  • Eu, dama de honra do meu irmão Janiel e minha cunhada Nadir.
  • Eu indo buscar a recém-nascida Ana Paula, na maternidade.  Vinte anos depois, era vez de eu buscar a filhinha dela. Muito amor.
  • Eu e minhas sobrinhas simulando um riacho com o tanque de lavar roupa. Bem ao estilo fantástico mundo de Bob.
  • A gente correndo dos bate-bolas durante o Carnaval.
  • O mingau que mãe fazia.
  • Eu ateando fogo no cabelo pra ver o que aconteceria.
  • Minha mãe lavando meu cabelo com sabão de coco e deixando secar naturalmente. Depois ela me levou ao médico, onde eu deveria fazer um eletroencefalograma.
  • Eu sendo penetra nas festas que minhas sobrinhas iam. E vice-versa.
  • Jogando Queimado. Pique-bandeira. Vôlei. Pique-alto, pique-pega, pique-cola.

Quando você pensa em Infância, qual a primeira coisa que te vem à cabeça?

Bom feriado, pessoal.

21 comentários sobre “Lembranças da minha infância

  1. Muito bonito seu post, eu adorei…
    Sabe que o que vem a minha cabeça quando se fala em infância é engraçado porque nem sei se pode ser algo bom mas eu lembro com tanto carinho;
    Quando era criança nós iamos quase sempre na fazenda de meu tio e ele era bravo né, tinha uma sala cheia de cadeiras de balanço(vai entender) e não gostava que ninguém fosse lá mexer pois eu ia lá e ficava me balançando só esperando ele me achar e dai ele gritava comigo e eu me rachava de rir, eu adorava era a minha diversão ehehehee e claro, amava andar a cavalo(andei só uma vez e o cavalo saiu em disparada) e comer manga do pé, aguá de coco nossa, acho que foi a melhor parte da infância, pena que acabou tão rápido.
    Amei mesmo o post,
    Abraço grandeeeee

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    • Dá um quentinho no coração essas lembranças, ne? Fico feliz que você tenha gostado do post. Eu adorei fazê-lo e ver todo mundo compartilhando suas memórias comigo. 😘

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  2. Amiga, adorei!
    E acabei me lembrando muita coisa também!
    No meu aniversário de 4 anos, me vesti de chapeuzinho vermelho e tinha uma cesta de doces. quando saí na festa com a cesta, as crianças me atacaram. kkkkkkkkkkk acho que fiquei muito estressada e comecei a chorar na hora do parabéns. Saí chorando em todas as fotos.

    Uma lembrança aleatória, mas que é super presente em minha vida, foi a noite em que assisti Forrest Gump na tv. Era uma noite de muito calor e eu costumava dormir cedo. Mas nesta determinada noite fiquei acordada e assisti Forrest Gump com meu pai na sala. Na trilha sonora do filme tinha uma musica que meu pai ouvia direto… e eu disse “a musica do seu cd , pai!” kkkkkkkkkkk. Foi bem marcante essa noite.
    Lembro do cremogema, das sopas de letrinhas, de quando eu chorei porque quebraram meu apontador na escola e do dia em que eu disse pro meu pai: “pai eu sei ler.” e então li uma placa pra ele (com 4 anos) .
    Ahhh! Que saudade!!!

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  3. Oi, Isa! Demorou mas consegui vir retribuir suas visitas (não sei o motivo, mas seu blog não abria de jeito nenhum no meu computador do trabalho).
    Lendo suas lembranças me lembrei dos painéis para a mesa do bolo que minha mãe fazia nos meus aniversários de criança… quanto sentimento bom envolvido!
    Acho que minhas melhores lembranças são do tempo do colégio. Minha mãe é professora, nunca estudei na escola emq eu ela dava aula, mas sempre a acompanhava em uma aula aqui e outra ali. Admiro muito a profissão 9tanto é que segui por algum tempo).
    Eu vendia pulseirinhas de miçanga pro pessoal que frequentava o bar perto da casa da minha vó rs
    Um beijo!

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    • Obrigada pela visita, Livia. Muito bom saber que você também tem lembranças boas envolvendo escola. Sou apegada. 😃
      Já sabemos o que fazer caso algo não dê certo, né? Vender pulseira, papel cortado… Rsrsr
      Beijinhos

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  4. Essas lembranças viu hauhauhauhau fico imaginando a cena do seu pai jogando a chupeta.. Minha mãe disse que taquei a mamadeira na cabeça do meu pai com 8 meses de idade e ele queria me bater por causa disso ahuahuahuahuhauah

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  5. Rindo das suas lembranças aleatórias. Imagino uma criança: O que acontece se eu por fogo no meu cabelo? Vamos descobrir! kkkkkk, gostei tanto de ler isso, me ajudou a lembrar um pouquinho da minha infância, e das minhas próprias lembranças aleatórias…

    Gabbs, xoxo
    Feche a Porta

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    • Foi mais ou menos isso mesmo. E o engraçado é q eu fiquei apavorada depois pq tive q cortar a parte queimada do cabelo. E la em casa não podíamos cortar cabelo por causa da igreja. O fogo foi ok, mas cortar não kkkk

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  6. Adorei ler isso, passou um filme na minha cabeça, coisas de criança e laços que não se desfazem, estão presentes nesse texto.
    Nossa infância foi realmente uma infância, humilde porem sem faltar nada é sem faltar o principal que é o amor…
    Olhos lacrimejando…

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